quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Biodiversidade nas regiões tropicais cai 60% em 40 anos

           O relatório divulgado  pela ONG mundial WWF revelou uma triste ironia: intitulado Planeta Vivo 2010, o documentou apontou resultados que mostram que o planeta está cada vez “menos vivo”. Segundo o estudo, em menos de 40 anos o mundo perdeu 30% de sua biodiversidade original e, nas regiões tropicais, a queda foi ainda pior: 60% da fauna e flora original foi perdida. 

          As espécies mais afetadas foram as aquáticas: houve queda de 70% nas populações que vivem em água doce, nas áreas tropicais, nas últimas quatro décadas, caracterizando o maior declínio de biodiversidade já registrado na história. 

      O ritmo com que a fauna e flora estão diminuindo no planeta – e, principalmente, nas regiões tropicais, consideradas de baixa renda – foi classificado como alarmante pelos ambientalistas, mas não significa que os países ricos estão mais conscientes. Segundo o relatório, se a população mundial vivesse hoje de acordo com os padrões de vida dos EUA, por exemplo, seriam necessários mais de 4 planetas para suprir as necessidades de recursos naturais. Enquanto isso, no Brasil, os dados do estudo revelam que a população está longe de ser um exemplo, mas consome muito menos elementos da fauna e flora: pouco mais de um planeta por ano. 

       Sendo assim, a explicação para a queda da biodiversidade ser maior nos países de baixa renda é outra: o consumo das nações mais ricas é baseado, em grande parte, no esgotamento dos recursos de fauna e flora que estão disponíveis nos países mais pobres. Ou seja, eles utilizam em maior escala e todos pagam a conta. Seja como for, se todos nós continuarmos a consumir do jeito que consumimos hoje, o mundo todo precisará de, no mínimo, dois planetas Terra para viver em 2030. 

          Para evitar que isso aconteça, a WWF pontuou algumas medidas no relatório que podem auxiliar na diminuição do uso da fauna e flora para suprir as necessidades humanas. Entre elas: 

 – políticas de proteção em áreas consideradas importantes para a preservação da biodiversidade; 
– atenção aos hábitos de consumo, privilegiando, por exemplo, artigos sustentáveis e certificados e 
– aperfeiçoamento de mecanismos de monitoramento do uso da biodiversidade, para que as empresas se inibam, cada vez mais, na hora de "abusar" dos recursos naturais disponíveis no planeta. 


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